Ninguém entra num jardim para ver só folhas secas. Entra
para ver a beleza das flores. Ninguém entra num pomar para ver só
frutas podres. Entra para ver os frutos bons e provar de seu gosto. Ninguém
olha para o céu só para ver a escuridão da noite.
Olha para ver o brilho das estrelas. Ninguém deixa de contemplar
rosas, apesar dos espinhos que elas têm.
E assim por diante.
E assim por diante.
Dizemos que é um péssimo observador quem se prende só
a detalhes sem ver toda a obra. Qualquer pintor, ao pintar os seus quadros,
espalha as cores cuidadosamente. Aqui, acentua o claro. Ali, o escuro.
Aqui, põe mais luz. Ali, põe mais sombra. Depois que tudo
está pronto, é que expõe a obra à contemplação
de todos. Quanto mais atenciosamente alguém examina os detalhes,
mais sensivelmente há de sentir o enlevo dos sentidos e do coração
na percepção da mensagem de toda a obra.
Nossa vida deve ser vista também sob este prisma. Ela é
perfeita e bela. Seu autor é Deus. Por isso os altos e baixos não
a enfeiam nem lhe tiram o brilho. As misérias e as fraquezas, as
doenças do corpo e as tristezas do coração são
como nuvens apenas que escondem o sol por pouco tempo.
Também essas coisas devem ser vistas com bons olhos e aceitas
com amor. Gostaríamos que nossa vida fosse um caminho limpo, sem
curvas, pedras e subidas; sem pó e sem obstáculos; sem encontrões
e sem alterações. Mas, não adianta sonhar tais sonhos.
Esta vida ainda não é o céu que esperamos!